Mensagem do Presidente do Congresso

Foi no ano já distante de 1990 que se realizou em Coimbra o nosso 1º Congresso Nacional, presidido pelo Prof. Armando Porto, que proferiu uma conferência inaugural intitulada “O presente e o futuro da Medicina Interna”. Peter Drucker disse que “a melhor maneira de predizer o futuro é criá-lo“. Foi o que fizeram os internistas portugueses ao longo destes 28 anos e 24 congressos. É isso que continuaremos a fazer!

Coube ao Serviço de Medicina Interna do CHUC a honra de organizar o 25º Congresso Nacional. “A Medicina Interna no centro da decisão” foi o lema que escolhemos, porque é essa a posição que dará à nossa especialidade e àqueles a quem servimos um bom futuro. 

A complexidade dos doentes aumentará e o progresso da Medicina será cada vez maior, levando à crescente hiperespecialização dos vários intervenientes na saúde. Por isso, a multidisciplinaridade irá ser cada vez mais decisiva na abordagem dos doentes e do seu tratamento, exigindo equipas diversificadas, com liderança adequada. É óbvia a necessidade de haver especialistas com uma visão abrangente e integradora dos problemas e é desejável que possam coordenar esses grupos. A nossa Medicina Interna tem aqui a oportunidade de desempenhar um papel essencial, desde que os internistas sejam bem preparados e de elevada qualidade, aceites pelos seus pares como decisores e líderes naturais. Não podemos ser apenas um conjunto vasto de médicos generalistas, disponíveis para as mais variadas tarefas básicas que outros possam rejeitar. Essa é a ameaça que ultrapassaremos para vencer o desafio de construir um futuro em que internistas felizes cuidem com qualidade dos que deles precisam.

Queremos um Congresso de elevada qualidade em diversas vertentes: na transmissão de conhecimentos, na partilha de experiências, na divulgação dos avanços no diagnóstico e na terapêutica, no convívio interpares, no diálogo construtivo com todos os nossos parceiros. Este ano desejamos destacar o papel central da Medicina Interna na decisão e na gestão clínica, na multidisciplinaridade, na planificação dos cuidados de saúde, no uso das novas tecnologias, na integração da inteligência artificial na prática médica. Não podemos perder de vista este horizonte, devemos antecipar o futuro. Elegemos como ponto alto do Congresso a apresentação e discussão dos trabalhos realizados pelos internistas e internos. A submissão de 2136 resumos foi a confirmação da vitalidade e capacidade de realização da nossa especialidade. Foram aceites 1587 trabalhos (74% dos submetidos), selecionados por critérios rigorosos, procurando ter representação das diferentes áreas da Medicina Interna. Teremos a apresentação oral de 219 comunicações, 105 casos clínicos e 108 posters, mais 871 e-posters e 285 imagens em medicina. O desafio foi amplamente ganho!

Na construção do programa científico e na seleção dos intervenientes nas diferentes sessões contámos com o inestimável contributo dos núcleos de estudo da SPMI, cuja colaboração foi exemplar e será decisiva para o êxito do Congresso. Estamos seguros de que será uma excelente reunião científica e um aprazível lugar de convívio, contribuindo para a nossa formação global, base da construção dum futuro brilhante para a Medicina Interna portuguesa, a bem das pessoas que servimos. Todos juntos, com a riqueza da nossa heterogeneidade, mas comungando dos mesmos princípios fundamentais, seremos mais fortes, conscientes de que o nosso sucesso é imprescindível ao êxito dos cuidados de saúde em Portugal.

Esperamos uma participação muito relevante, quantitativa e qualitativamente, traduzindo a realidade portuguesa, que conta com mais de 2600 especialistas e cerca de 1000 internos de Medicina Interna em atividade. Sejam bem-vindos ao 25º Congresso Nacional de Medicina Interna! Contamos com todos vós para continuar a construir o futuro, com a Medicina Interna no centro da decisão!

Armando de Carvalho
Presidente do 25º Congresso Nacional de Medicina Interna