SPMI presente na apresentação do projeto Plataformas de Apoio à Decisão Clínica

Foi apresentado na Ordem dos Médicos, em Lisboa, o projeto Plataformas de Apoio à Decisão Clínica, fruto de uma parceria entre a Ordem dos Médicos e o Ministério da Saúde, e que tem como principal objetivo proporcionar informação clínica de alta qualidade para suporte às decisões, às atividades de educação pós-graduada e ao desenvolvimento contínuo dos médicos e outros profissionais de saúde, bem como ao aumento da literacia em saúde dos cidadãos.

Na reunião esteve presente Luís Duarte Costa, vice presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), que realçou precisamente a importância da criação de um canal de informação cientificamente válida a que os cidadãos possam aceder de forma a esclarecer as suas dúvidas em Saúde.

“Esta é uma ótima iniciativa por duas ordens de razão: por um lado, permite aos profissionais de saúde ter acesso a informação atualizada e de grande qualidade que os pode ajudar na tomada de decisão. Por outro, abre portas aos cidadãos para saberem mais com uma base científica válida. Portugal é dos países com maior iliteracia em Saúde e esta pode ser uma ferramenta preciosa para mitigar esse cenário”, disse o internista, que ressalva que a melhor ferramenta continua a ser o Médico Assistente, “que conhece o doente e as suas patologias de forma a esclarecer dúvidas e questões”.

António Vaz Carneiro, médico, professor da Faculdade de Medicina de Lisboa e um dos dinamizadores deste projeto, explica que se trata de “um sistema de informação clínica de alta qualidade, que serve para informar as pessoas que decidem: profissionais de saúde, gestores hospitalares, políticos e, finalmente, os cidadãos”.

O também diretor da Cochrane Portugal avança que a ideia é que estes atores tenham um acesso “fácil e simples a informação de alta qualidade”, realçando a importância dos cidadãos terem também espaço nesta equação:

“É um espaço de informação aberta e que certamente terá impacto na qualidade dos cuidados e aumento da literacia dos doentes. Trata-se de um projeto único a nível mundial pela sua democraticidade, de informação de alta qualidade, que poderá proporcionar ganhos de qualidade evidentes”, sublinha.

Quanto ao papel que os internistas podem ter na aplicação e usabilidades deste tipo de ferramenta, Vaz Carneiro não tem dúvidas de que devem estar na linha da frente.

“Os internistas são particularmente relevantes, pois a Medicina Interna trata um campo muito vasto de informação e de patologias. Nesse sentido, este projeto é especialmente relevante para os médicos que têm de saber de várias especialidades onde existe grande atualização científica, o que me leva a afirmar que os internistas devem estar na liderança da utilização deste tipo de ferramenta.”

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, congratulou os autores do projeto pela sua concretização, realçou a importância do apoio à decisão clínica, o desenvolvimento da formação contínua e a promoção da literacia digital em saúde.

“É possível melhorar os resultados em saúde e melhorar os cuidados que prestamos todos os dias. O acesso a estas plataformas permite mais decisões de acordo com as boas práticas clínicas, independentemente da latitude geográfica em que nos encontramos, e é um investimento na saúde das pessoas, na evolução da ciência e da formação para dar melhores cuidados aos nossos doentes”, frisou o bastonário.

(22/07/2019)