SPMI cria Núcleo de Estudos de Obesidade para combater doença crónica com elevada prevalência em Portugal

A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) criou, recentemente, o Núcleo de Estudos de Obesidade (NEO), coordenado por Isabel Fonseca. A criação deste núcleo surge da necessidade de reforçar o papel dos internistas na abordagem à obesidade, uma doença crónica que afeta um número crescente de portugueses. “A criação do núcleo de Obesidade da SPMI vem de um conjunto de internistas com atividade clínica na área da obesidade, e tem como ambição ampliar o interesse da Medicina Interna por uma doença crónica com elevada prevalência na população portuguesa”, afirma Isabel Fonseca.

A obesidade é, de facto, uma das maiores preocupações no panorama da saúde pública em Portugal. Segundo o Inquérito Nacional de Saúde de 2019, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística, 36,6% da população adulta portuguesa apresentava excesso de peso (pré-obesidade) e 16,9% sofria de obesidade. Perante estes dados, o NEO propõe-se a atuar de forma coordenada, visando não só a prevenção, mas também a melhoria dos circuitos de tratamento.

Entre os objetivos do NEO estão a formação e capacitação dos médicos de Medicina Interna para lidarem com a obesidade, a promoção da investigação na área e a criação de parcerias com outros núcleos que estudam doenças associadas à obesidade. “Queremos potenciar a atividade clínica do médico internista na área da obesidade, estimular a investigação e participar ativamente na criação de circuitos de tratamento e orientação dos doentes nos diferentes níveis de cuidados de saúde”, destaca a coordenadora.

A obesidade, para além de ser uma doença com diferentes fenótipos, tem consequências graves para a saúde, comprometendo a esperança de vida dos doentes. “As consequências para a saúde vão crescendo à medida que o índice de massa corporal aumenta e, por isso, torna-se fundamental combater o excesso de peso e a obesidade”, sublinha Isabel Fonseca, salientando a importância de uma abordagem multidisciplinar para o sucesso do tratamento.

Questionada acerca da subvalorização da obesidade em Portugal, Isabel Fonseca explica que o problema não é a falta de reconhecimento da gravidade da doença, mas sim a sua má interpretação. “Apesar de ser reconhecida como doença crónica, o seu acompanhamento e tratamento não é semelhante ao de outras doenças crónicas. Os doentes obesos necessitam de equipas multidisciplinares que os acompanhem ao longo da vida nos diferentes níveis de cuidados de saúde, e isso ainda não está disponível para todos”, explica.

O Núcleo de Estudos de Obesidade da SPMI pretende, assim, contribuir para a criação de estratégias nacionais de prevenção e tratamento da obesidade, com o apoio de internistas experientes. Para Isabel Fonseca é crucial ultrapassar a ideia de que a obesidade é apenas um problema de controlo alimentar, e trabalhar numa abordagem global que envolva todos os níveis de cuidados de saúde, desde a prevenção até ao tratamento especializado.

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(28/08/2024)

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