SPMI comemorou 68 anos em festa e com provas de vitalidade
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) comemorou no dia 14 de dezembro 68 anos de vida e, para assinalar a data, decorreu na sede da sociedade médica uma cerimónia que, para além de comemorar a data, serviu também para apresentar uma das mais recentes concretizações do trabalho abrangente dos internistas, o livro “Diabetes – O que podemos comer?”.
Nas primeiras palavras da sessão, no papel de anfitrião, João Araújo Correia, presidente da SPMI, lembrou que dezembro é o mês da Medicina Interna (MI), sublinhando o sucesso desta campanha, que dá a conhecer o trabalho dos especialistas de Medicina Interna nos hospitais portugueses, ainda maior neste período do ano.
“A campanha ‘Dezembro, Mês da Medicina Interna’ foi muito bem compreendida pelos associados da SPMI e, fundamentalmente, pelos doentes, que sabem ser no mês de dezembro, janeiro e fevereiro que os internistas são chamados a um trabalho acrescido e evitam verdadeiramente que o SNS colapse”, começou por dizer o médico, adiantando que “a MI é a base do sistema de saúde no hospital e pode exercer as suas funções em todos os lugares que a instituição precise”.
“É uma especialidade que se ocupa do doente adulto em contexto hospitalar, com uma visão global do doente sob o ponto de vista fisiopatológico, psicológico e social, capaz de liderar equipas e definir qual o especialista mais adequado em determinada fase do diagnóstico ou do tratamento”, definiu João Araújo Correia, que em seguida recordou que muita coisa há ainda por fazer:
“Sabemos que continua a ser oferecida uma saúde fragmentada, em que o doente faz o périplo por múltiplos especialistas e consultas, numa lógica pouco eficiente e pouco útil para uma população cada vez mais envelhecida e com múltiplas doenças. As exacerbações das doenças crónicas são tratadas de forma casuística nos serviços de urgência, os hospitais têm uma estrutura organizacional baseada nas especialidades de órgão e espartilhada em serviços estanques”, afirmou o presidente da SPMI, avisando que o contexto social não deve ser dissociado do trabalho clínico e que a hospitalização domiciliária tem demonstrado ser uma boa resposta a esta realidade.
“A hospitalização domiciliária é uma boa resposta contra a fragmentação dos cuidados e a MI tem liderado todo este processo, agora já com 28 unidades em todo o país. A minha esperança é de que esta experiência, com o doente agudo de baixa gravidade, venha a tornar evidente a necessidade do tratamento em casa do doente crónico complexo com equipas hospitalares competentes”, concluiu o presidente dos internistas, destacando também a importância da articulação com a MGF “para obter os melhores resultados em Saúde”.
Livro “Diabetes – O que podemos comer?” abrilhantou festa de aniversário
Depois de uma conferência em que o convidado David Marçal abordou o tema “Ciência e Pseudociência – Verdades e Mitos”, onde explicou a importância de divulgar todos os dias o trabalho e resultados produzidos pela ciência, Lèlita Santos, internista e vice-presidente da SPMI, apresentou o livro “Diabetes – O que podemos comer?”, uma obra da autoria de Mariana Pedro, Vera Dias e Paula Almeida, com coordenação de Estevão Pape e Edite Nascimento, do Núcleo de Estudos de Diabetes Mellitus.
“A nutrição é uma área fundamental do conhecimento para a prevenção e tratamento das doenças crónicas”, frisou Lèlita Santos, que relembrou que a diabetes afeta mais de 13% da população portuguesa, estimando-se que 44% das pessoas estejam ainda por diagnosticar.
“Todas as normas e orientações destacam sempre como primeira linha a importância da nutrição, daí a importância deste livro, elaborado no seio da SPMI, com coordenação do NEDM, e que certamente será uma ferramenta muito útil para o combate a esta doença”, conclui a vice-presidente da SPMI.
Depois das palavras, seguiu-se um momento de confraternização entre os internistas, com a presença de alguns dos antigos presidentes da SPMI e muitos dos internistas que todos os dias trabalham nos hospitais em prol da saúde dos portugueses.
(16/12/2019)