Primeira Edição de Curso de Qualidade e Segurança do Doente acolhida com entusiasmo junto de profissionais de saúde

O Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna (NEForMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) realizou no passado dia 19 de fevereiro, o Curso de Qualidade e Segurança do Doente, em formato presencial, em Lisboa.

Maria João Lobão faz um balanço positivo do encontro formativo, ressalvando que o mesmo foi acolhido por muitos profissionais de saúde, que participaram com especial interesse e motivação.

“O curso correu bastante bem, desenvolveu-se numa esfera de participação entre formandos e formadores, com partilhas de experiências e dúvidas num ambiente de verdadeira multidisciplinaridade. Tivemos quer formadores quer formandos de áreas distintas tais como médicos em várias fases da sua vida profissional e enfermeiros”, conta a formanda e médica internista.

Entre outros conhecimentos e ferramentas, os formandos tiveram oportunidade de aprender novos conhecimentos nomeadamente identificar, classificar e analisar as causas dos principais eventos adversos em saúde; conhecer os mecanismos subjacentes ao erro em saúde; identificar quem são as vítimas de um evento adverso em saúde e conhecer recursos disponíveis para gestão das mesmas.

Tema ainda com “pouco reconhecimento nas organizações de saúde”, segundo descreve Maria João Lobão, a pandemia de COVID-19 trouxe uma mudança de paradigma colocando os assuntos inerentes à Qualidade e Segurança do Doente na ordem do dia.

“A pandemia trouxe notoriedade a este assunto desde logo porque os profissionais de saúde são vítimas da pandemia, e, portanto, este é um assunto que toca muito. A área da Qualidade e Segurança do doente também se relaciona com bem-estar dos profissionais de saúde”, afirma a internista.

No horizonte está já o desejo de uma segunda edição do curso. “Sabemos que há uma oferta escassa de formação em relação a esta área. Nós, SPMI, pretendemos ser um contributo para colmatar essas necessidades. Vamos adaptar a nova edição em função do feedback transmitido pelos formandos deste curso”.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um em cada dez doentes admitidos para tratamento em ambiente hospitalar sofrerá um evento adverso associado à prestação de cuidados de saúde.

“Os eventos adversos são incidentes que decorrem durante a prestação de cuidados de saúde e que se traduzem em dano para o doente. No extremo, poderão até ser causa de lesão permanente ou morte. A sua ocorrência é universal, constituindo um problema de saúde pública à escala mundial. A OMS colocou a Segurança Doente como uma prioridade na agenda da saúde. Em 2019, no decurso da Assembleia Mundial da Saúde, o dia 17 de setembro foi inclusivamente declarado como o dia Mundial da Segurança do doente.”, evoca Maria João Lobão.

(03/03/2022)