“O ENIMI é um marco anual para o interno de formação específica de Medicina Interna”
A propósito do 15.º Encontro do Núcleo de Internos de Medicina Interna (ENIMI), que se irá realizar nos dias 16 e 17 de dezembro, em Vila Real, o coordenador do mesmo revela os seus objetivos e critérios na escolha dos temas que fazem parte do programa científico. Miguel Romano adianta, ainda, que aquele que considera ser “um marco anual para o interno de formação específica de Medicina Interna” irá superar as expectativas dos participantes.
“Back to basics 2.0”. Qual o significado do mote deste encontro?
Miguel Romano (MR) – Na edição anterior, o ENIMI regressou às bases da Medicina Interna. Com o tema “Back to Basics”, foram discutidos os principais sintomas de apresentação, patologias mais frequentes e quais as melhores formas de atuação. No sentido de manter continuidade com o trabalho feito previamente, esta nova edição mantém o mesmo tema: “Back to Basics 2.0”. Desta vez em Vila Real, optamos também por regressar a algumas bases de Medicina Interna, aproveitando unidades especializadas e reconhecidas dentro do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro para discutir patologias frequentes e importantes como a Insuficiência Cardíaca, Diabetes Mellitus, Hepatologia e VIH, salientando a existência de um curso pré-encontro que versará sobre a abordagem do doente autoimune em contexto de urgência.
Quais os principais objetivos do encontro?
MR – Mantendo o que foi feito em edições anteriores, os objetivos principais serão definitivamente voltados para o empoderamento científico e profissional, com aquisição de novos conceitos, aperfeiçoamento de antigos, bem como a criação de espaço para a apresentação de trabalhos científicos desenvolvidos pelos participantes. Tratando-se de um encontro nacional de internos não podemos esquecer a vertente social, sendo este evento um ponto de encontro importante para internos dos mais diversos locais do nosso país.
Na sua opinião, quais os temas mais importantes que irão ser debatidos?
MR – Sendo a Medicina Interna um mundo científico em si, seria impossível abordar todos os temas que nos pareceriam importantes. Sendo assim estou bastante satisfeito e feliz com a escolha dos temas do programa científico, certo de que a edição deste ano será um sucesso.
Quais é que foram os critérios na escolha dos temas que fazem parte do programa científico?
MR – Sabíamos de antemão que um dos principais objetivos era apresentar uma solução de continuidade para a edição deste ano. Assim, escolhido o tema principal (“Back to Basics”), a escolha dos temas recaiu sobre as áreas mais reconhecidas do Centro Hospitalar que nos acolheu. Certamente poderiam ter sido mais ou diferentes, mas optamos por um curso pré-encontro sobre autoimunidade, e um encontro recheado cientificamente com quatro grandes temas da Medicina Interna.
De que forma este encontro contribui para a atualização de conhecimentos dos participantes?
MR – O ENIMI é um marco anual para o interno de formação específica de Medicina Interna. Observando as edições anteriores consegue-se ter noção da variedade de temas abordados, da qualidade científica do evento e da adesão com que o encontro nos tem presenteado. Acredito que este ano não será diferente. Os temas são atuais, interessantes e presentes na nossa prática diária, e com a premissa de que regressaremos às bases científicas desses mesmos temas, acredito que as expectativas dos participantes serão superadas.
Qual o propósito do curso “O doente autoimune em urgência”?
MR – O curso pré-encontro surgiu como uma oportunidade única para os participantes deste evento. O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro é uma instituição reconhecida nacionalmente com valor acrescido em diversas áreas da Medicina Interna. Uma dessas áreas é a autoimunidade e, quando surgiu a oportunidade de realizar este curso, tornou-se óbvia para a Comissão Organizadora a sua pertinência e importância.
Quais os principais problemas/ adversidades dos internos de Medicina Interna?
MR – O internato de Medicina Interna (e falo apenas da Medicina Interna por ser aquele que conheço) é composto por cinco longos anos de trabalho, estudo e uma necessidade de ordenar prioridades que se revela muito difícil. Com o surgimento da pandemia, uma das vertentes mais afetada foi a formação e divulgação científica. Sendo ambas as vertentes elementos obrigatórios da nossa grelha final de avaliação, o núcleo assume a obrigação de criar espaço e ofertas formativas para colmatar estas falhas. É nesta linha de pensamento que surge o ENIMI. Existem outros problemas a surgir, nomeadamente burnout médico, tornando-se progressivamente uma das prioridades do núcleo, na tentativa de ajudar a travar esta nova “epidemia”.
Que palavras deixa a todos os que irão participar?
MR – Começo por salientar todo o trabalho da comissão organizadora do evento, na pessoa da Dr.ª Joana Rua (tesoureira do NIMI), que se revelou incansável e uma verdadeira força da natureza sempre que novas adversidades foram surgindo (e não foram assim tão poucas). Aos participantes, espero que venham com motivação e vontade para aprender, intervir e melhorar. O ENIMI será sempre um espaço de crescimento profissional e académico, mas também pessoal, de partilha de experiências e de convívio entre pares. Deixo assim duas notas finais. Uma para uma rubrica nova: “Um conselho para o internato”, que será num formato aberto e com presença de pessoas reconhecidas em diversas áreas, com o objetivo de abordar temas menos falados, mas que podem mudar o rumo do internato. E outra para aproveitar e convidar todos os participantes a inscreverem-se no nosso Jantar do Interno que decorrerá no dia 15 de dezembro e que será um momento importante de confraternização e conhecimento de outras realidades. Não percam esta oportunidade.
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(25/10/2022)