NEFORMI estreia encontro anual com debate sobre a orientação de formação
O Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna (NEFORMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) organizou no passado fim de semana o seu primeiro encontro anual, subordinado ao tema “Orientação de formação: o futuro em perspetiva”.
Depois de um percurso que começou em 2006, e em que o NEFORMI foi peça fundamental para passos decisivos da formação no seio da Medicina Interna, como a criação do único Centro de Formação pertencente a sociedades médicas com acreditação DGERT, o núcleo considerou ser esta a altura ideal para novos desafios, avançar para os encontros anuais do NEFORMI e trabalhar no desenvolvimento de estratégias de formação dos especialistas de Medicina Interna.
“O NEFORMI tem tido um papel muito virado para a concretização de projetos de formação, criação e creditação de formação da SPMI, mas percebemos que apesar de esse ser um vetor de ação fundamental, haveria também que dar um passo rumo à reflexão em torno do tema da formação em Medicina Interna”, explica Nuno Bernardino Vieira, internista e um dos membros da comissão organizadora do encontro que decorreu na sede da SPMI.
“Daí surgiu a ideia de fazer um encontro de reflexão sobre as várias temáticas que envolvem a formação em Medicina Interna. Optámos nesta primeira edição por debater o papel do orientador na formação, porque achamos que é necessário haver um espaço de discussão em torno deste tema”, adianta o especialista.
Depois de um dia de trabalho que considerou ser “bastante frutífero”, Nuno Bernardino Vieira destaca as prioridades encontradas:
“Existe um vazio legal sobre o papel do orientador de formação, as suas competências, que formação deve ter, recompensas e de que forma deve ser avaliado. Depois, é preciso definir claramente quais as competências claras de um orientador de formação e quais deve desenvolver na orientação dos seus internos, assim como delinear claramente que formação é necessária para que um internista possa ser orientador de formação, pondo claramente de parte a ideia de que para ser orientador basta ser especialista de Medicina Interna”, sublinha o internista, acrescentando ainda que é preciso trabalhar num sistema de monitorização e avaliação que permita melhorar a qualidade da formação.
Mais do que apenas ideias, Nuno Bernardino Vieira esclarece que vai ser produzido e entregue à direção da SPMI e ao Colégio de Medicina Interna, parceiros da iniciativa, um documento com as principais conclusões deste encontro, para que possam ser dados os passos necessários a uma melhor formação dentro da especialidade.
(04/12/2019)