Marcelo Rebelo de Sousa felicita NEDM pelo 30º aniversário

A 16.ª Reunião Anual do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM), a decorrer nos dias 28 e 29 de outubro em Évora, priorizou o debate sobre temas emergentes da saúde, no que à diabetes diz respeito.

A sessão de abertura contou com a participação de Estevão Pape, coordenador do NEDM; Lèlita Santos, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI); Isabel Lavadinho, presidente da reunião deste ano; Joaquim Araújo, presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano; João Nabais, vice-presidente da International Diabetes Federation; e Pintão Antunes, diretor clínico da Fundação Mariana Martins.

“Agradeço todo o carinho e responsabilidade que o Núcleo de Estudos depositou em mim. Esta é a reunião comemorativa dos 30 anos do NEDM. Quando começámos este caminho e me propuseram a presidência desta reunião, abracei logo o projeto com entusiasmo e muita responsabilidade. Esta é uma reunião que diz muito sobre nós”, começou por referir Isabel Lavadinho. A presidente desta edição disse, ainda, que o núcleo tem sido muito ativo, dinâmico e inovador, sendo o programa destes dias muito diverso, atual e que vai ao encontro das necessidades.

Também visivelmente satisfeito por estar presente na sessão de abertura, João Nabais, ele próprio diabético tipo 1 desde pequeno, aproveitou a ocasião para convidar todos os participantes a estarem presentes no Congresso da Federação Internacional de Diabetes, no Centro de Congressos de Lisboa, entre os dias 5 e 8 de dezembro.

“Estar presente neste evento é uma honra para mim. O núcleo tem-se mantido vivo com múltiplas atividades. Tem contribuído para a investigação e estabelecimento de consensos no âmbito do diagnóstico, tratamento e prevenção”, disse, por sua vez, Joaquim Araújo.

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa mensagem de vídeo, deixou palavras de estímulo e incentivo a todos os profissionais de saúde.

A 16.ª Reunião Anual do NEDM aproveitou para assinalar o seu trigésimo aniversário através da sua reunião anual. Estes 30 anos envolvem uma forte dedicação por parte dos especialistas de Medicina Interna da área da Diabetologia e Estevão Pape fez um balanço bastante positivo sobre o trabalho realizado até à data.

“Foram 30 anos da clínica à ciência, num caminho que acompanha a trajetória da própria diabetes e do que é a evolução do tratamento da diabetes nos últimos anos”, recorda o coordenador. “Neste momento este é o maior núcleo da SPMI e temos esse orgulho. Realizamos ações junto, em primeiro lugar, dos próprios profissionais, em parceria com as sociedades e outros núcleos da SPMI, junto dos próprios doentes, é o nosso orgulho tratar os doentes e, também, junto da própria opinião pública”.

Estevão Pape aproveitou para alertar para a dimensão da prevalência da diabetes, que é a realidade de um milhão e meio de portugueses. “No fundo, a diabetes como doença somos todos nós. Se não interiorizarmos isto não vamos conseguir resolver nem atenuar o problema da diabetes em Portugal”.

O núcleo tem trabalhado para delinear a melhor estratégia para combater este problema de saúde pública, sempre com a organização e a ciência em mente. Motivar os profissionais de saúde, apoiá-los na ciência e investigação, motivar a organização hospitalar de centros de referência e de unidades integradoras da diabetes e, em simultâneo, alertar a esfera pública sobre a obesidade, são alguns dos objetivos que se têm vindo a traçar nestas três décadas do percurso.

O futuro do NEDM irá adotar moldes semelhantes e o seu coordenador aproveitou para desvendar algumas das metas para o futuro. “Está previsto intensificar o envolvimento dos internistas em Diabetologia que não sejam especificamente dedicados à diabetes, manter a ligação com outras sociedades científicas, nomeadamente com a Endocrinologia, intensificar o caminho para trazer a obesidade para a ribalta, para que também os diabetologias ou os especialistas de Medicina Interna que se dedicam à diabetes olhem para a obesidade como uma doença. Não só nós, mas também a opinião pública e quem nos governa e dirige. Até à data isso não aconteceu. E olhar para a ciência com mais acutilância e não a abandonar nunca.”

A conferência “Diabetes e NEDM” foi um momento de reflexão e retrospetiva, onde foram percorridos vários momentos relativos à história da diabetes, do NEDM e da relação entre a Medicina Interna e a Diabetologia. Esta sessão contou com a participação de Álvaro Coelho, médico internista de Diabetologista e antigo coordenador do NEDM; Carlos Godinho, coordenador da Unidade de Diabetologia do Hospital de Faro; Rui Duarte, médico internista, diabetologia e primeiro coordenador do NEDM; Faustino Ferreira, antigo secretário-geral da SPMI, e António Barros Veloso, presidente da SPMI à data da fundação do Núcleo.

Ao longo destes dias irão estar em destaque temas como: “Street Fighter: TIR vs HbA1C”, “Quando o cérebro falha”, “Obesidade, o santo Graal da DM”, “No coração da DM”, “Construir pontes na DM1” e “No leme da DM2: Recomendações e horizontes organizacionais”.

“O caminho do futuro passa por uma maior organização, criar novas dinâmicas a nível hospitalar e levar a bom caminho a trajetória que a diabetes tem tido nos últimos anos, nomeadamente com unidades especificamente dedicadas à diabetes, quer no âmbito da prevenção, quer no âmbito do seu próprio tratamento”, concluiu Estevão Pape, acrescentando que o lema atual do núcleo é “Transformar a trajetória da diabetes”.

(29/10/2022)