Inovação foi a palavra chave no arranque 24.º CNMI
Está em andamento o 24.º Congresso Nacional de Medicina Interna (CNMI) e o dia de ontem ficou marcado pela sessão inaugural, onde o tema da Inovação foi o prato forte, com uma intervenção de Pedro Oliveira, professor da Universidade Católica e Fundador do Patient Innovation, uma plataforma online onde doentes e cuidadores de todo o mundo se ligam para partilhar e criar soluções que os próprios desenvolveram ou que criaram com a ajuda de um colaborador para ultrapassar um desafio imposto por um problema de saúde.
Jorge Crespo, Adelaide Belo e Pedro Oliveira
Fundado em 2014 e já com mais de 800 soluções desenvolvidas, o projeto liderado por Pedro Oliveira conta com mais de 50 mil utilizadores em todo o mundo e foi mesmo distinguido pelo antigo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, que salientou a importância desta rede social para doentes.
Na abertura da reunião magna da Medicina Interna, Pedro Oliveira admitiu a importância de falar para uma plateia de médicos, “pois são uma forma ótima de chegar aos doentes e parceiros essenciais neste tipo de projetos”, sublinhou.
Depois de trazer aos internistas presentes no auditório do Centro de Congressos de Albufeira várias das inovações que a plataforma acolhe e deu a conhecer ao mundo, o engenheiro de formação salientou que o principal mérito do projeto que lidera é o de estar a democratizar a informação.
“Durante muito tempo julgávamos que a inovação vinha apenas das grandes empresas e dos cientistas, mas hoje sabemos que a inovação está acessível a todos e pode vir de onde menos se espera. É uma ideia bastante básica na verdade: passamos a vida a dizer que a necessidade é a mãe de todas as invenções, portanto faz sentido que sejam os indivíduos que têm grandes necessidades que inovem mais.”
Já a pensar no futuro, Pedro Oliveira afirmou que é tempo de dar mais um passo na concretização das muitas e boas ideias que chegam à Patient Innovation, agora uma das start up mais bem sucedidas do mundo na área da Saúde.
“Estamos a tentar desenvolver uma incubadora para ajudar os doentes a desenvolverem as soluções que apresentam e levá-las para o mercado. Ou seja, os doentes partilham as soluções connosco, mas o processo não para aí. A melhor forma de as concretizar por vezes é comercializá-las e desenvolvê-las. Estamos a desenvolver essa estrutura para que estas soluções tenham mais impacto na vida das pessoas e possam ajudar de utilizadores por todo o mundo”, terminou.
(01/06/18)