Hot Topics
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“A especialidade de Medicina Interna e de Patologia Clínica partilham uma correlação muito próxima na rotina do dia a dia, na qual o contacto entre colegas ganha uma importância redobrada”, afirmou João Neves, especialista em Medicina Interna, na sessão “Hot Topics”, em que lançou o tema “Novos métodos de diagnóstico microbiológico”, durante a manhã deste domingo.
O médico relembrou para o papel fundamental que o diálogo exerce entre os clínicos e o laboratório, com vista a elevar a qualidade dos serviços.
Não obstante, em alguns hospitais portugueses, essa realidade não se verifica tanto como seria desejável. “Algumas das tecnologias apresentadas são prática comum em laboratórios clínicos de maior volume, mas são apenas sonhos para hospitais regionais. É importante perceber as limitações, quer orçamentais quer de recursos humanos, com que estes laboratórios se debatem, e começar a partir dessa premissa”, terminou.
Ainda em torno da mesma sessão, Nídia Zózimo, internista no Hospital de Santa Maria, lançou o tema “Burnout na Classe Médica: Estudo Nacional. O que aprendemos?”, onde anunciou os dados do estudo levado a cabo pelo Instituto de Ciências Sociais em conjunto com a Ordem dos Médicos, que revelam que os especialistas em Medicina Interna, estão no topo da lista das especialidades com níveis mais elevados de exaustão e burnout.
E explicou “esta exaustão e burnout deve-se a diversos fatores, como: a deterioração das condições de trabalho, o aumento da pressão, a acentuada hierarquização, isto é, quem cuida é cada vez menos envolvido nas decisões, e por fim, o assédio moral a que os médicos são sujeitos”.
Nídia Zózimo, acrescentou ainda que os médicos, em faixas etárias mais jovens, têm maior tendência para a despersonalização e exaustão emocional. “A despersonalização e exaustão emocional nas camadas mais jovens deve-se sobretudo, ao facto de serem deixados sozinhos, desprotegidos e de serem pouco respeitados. Um internato infeliz resulta num especialista incompleto”, terminou.
A sessão “Hot Topics”, contou com a presidência de Diana Guerra, diretora do serviço de Medicina Interna da ULSAM, e com a moderação de Mafalda Santos, coordenadora do CHEDV.