António Barros Veloso apresentou obra sobre a história da Medicina em Portugal no século XX

O auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian foi pequeno para as muitas pessoas que quiseram esta quinta-feira assistir à apresentação do livro “Médicos e Sociedade – para uma história da Medicina em Portugal no século XX”, obra organizada por António Barros Veloso e que conta com o contributo de 38 autores, entre médicos, sociólogos e historiadores.

António Barros Veloso, considerado um dos principais refundadores da Medicina Interna em Portugal, espera que “Médicos e Sociedade – para uma história da Medicina em Portugal no século XX” seja uma fonte de saber e realça que a obra nasceu “de uma vontade e de uma urgência” em contar a história da Medicina e dos médicos do século XX”.

“É uma realidade pouco conhecida do público em geral, mas no século passado a Medicina viveu uma época absolutamente extraordinária, com grandes vultos da nossa sociedade e grande projeção internacional. Além disso, a Medicina teve grande influência na evolução social, política e até cultural”, conta Barros Veloso, que acrescenta que era fundamental que isto fosse contado e considera que o livro pode ser “uma fonte de ensinamentos para o futuro”:

“Acredito que esta obra vai contribuir muito para que se revelem coisas desconhecidas até agora e divulgar o papel relevante que os médicos tiveram na nossa sociedade.”

Entre os autores que contribuíram para o resultado final estão João Lobo Antunes, que escreveu sobre Egas Moniz, o Nobel português da medicina e sobre a origem da Neurocirurgia em Portugal, Francisco George, que escreveu sobre a pneumónica, e Moreira dos Santos, que se centrou sobre as perseguições aos médicos pelo Estado Novo.

A todos eles Barros Veloso deixa palavras de agradecimento pela colaboração que permitiu fazer desta uma obra homogénea, e assume sem rodeios que muitos temas ficaram fora das mais das 800 páginas que compõem o livro.

“Foram excluídos muitos capítulos, mas não encaro isso como uma limitação da obra, pois acho que este foi apenas o primeiro passo. O que pretendemos foi criar um modelo que não tinha sido feito até agora: uma narrativa histórica com fontes fidedignas, mas numa linguagem acessível ao público em geral e que retratasse com interesse estes anos.”

Embevecido pela presença de muitos colegas, amigos e familiares, Barros Veloso referiu-se ainda a esta obra como “um filho” que o encheu de “uma sensação de orgulho”.

(09/11/17)

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