No âmbito da mesa-redonda “Ecografia Point of Care”, que se realizou este domingo, pelas 9h45, Gonzalo García de Casasola, coordenador do Grupo de Trabalho de Ecografia Clínica da Sociedade Espanhola de Medicina Interna, fez uma apresentação com a temática “Ecografia clínica em Medicina Interna”. O médico falou sobre como integrar a ecografia clínica no processo de tomada de decisão em medicina; da utilidade da ecografia clínica como complemento ao exame físico tradicional; e como sistematizar e protocolizar a ecografia clínica multiorgânica (pulmão, coração e abdómen) no exame de rotina dos doentes.
Após a sua exposição Gonzalo García de Casasola sumarizou e concluiu: “O exame físico e a ecografia clínica são técnicas complementares que aumentam a sua eficácia se realizados em conjunto. No processo de decisão médica, a ecografia clínica complementa o exame físico tradicional e aumenta a sua relação custo-eficácia. Também serve para o acompanhamento e monitorização do doente em múltiplas circunstâncias, como seja derrame pleural, ascite, condensação pulmonar, entre outras. Da mesma maneira que se sistematiza a forma como o exame físico deve ser realizado, também é importante selecionar os planos de ecografia clínica mais rentáveis, dentro da ecografia clínica multiorgânica, a fim de otimizar a sua rentabilidade no mais curto espaço de tempo.”
De seguida, Ana Tonelli, internista e professora de clínica médica do Curso de Medicina da UNISINOS e preceptora do internato em Medicina Interna do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, abordou o tema “Implementação da formação na MI”, com o objetivo principal de partilhar a experiência durante a implantação de um programa formal para integrar a utilização da Ecografia Point of Care no currículo do internato em Medicina Interna em um dos principais hospitais-escola do Brasil.
Para tal, Ana Tonelli apresentou um breve histórico, que foi desde a idealização, à implantação e execução do programa, ressaltando os pontos que se mostraram essenciais, para que houvesse sucesso, além de identificar os problemas, de forma a evitá-los em situações futuras.
“A ecografia à beira do leito do doente é uma competência necessária ao internista da atualidade, tanto para melhorar a segurança na realização de procedimentos, quanto para auxiliar no raciocínio clínico, ou na tomada de decisão terapêutica”, afirmou Ana Tonelli.
E concluiu: “O grande desafio para o sucesso na aquisição dessa competência passa pela capacitação em vários níveis, sendo fundamental a formação dos professores e preceptores direcionada à aplicação da ecografia na prática da rotina diária.”
(03/10/2021)