25 CNMI arranca com distinção a João Sá

Teve hoje início o 25.º Congresso Nacional de Medicina Interna, que durante os próximos três dias vai reunir em Vilamoura internistas de todos os pontos do país.

Na sessão inaugural, Armando Carvalho, presidente do congresso, fez questão de lembrar que este é o maior fórum da Medicina Interna portuguesa, “um ponto de paragem e de recomeço a cada ano que passa na tentativa de reunir conhecimento e experiência”.

Armando Carvalho, presidente do 25.º CNMI, e João Araújo Correia, presidente da SPMI 

Quanto ao lema deste congresso, “A Medicina Interna no centro da decisão”, o internista explicou que se trata da defesa de uma visão para a especialidade.

“O interesse dos doentes exige hiperespecialização e esse é um desafio que encaramos, numa abordagem global e multidisciplinar. É desejável que no centro da decisão estejam médicos com uma visão abrangente, formação multifacetada e grande capacidade de adaptação às novas realidades. Os internistas devem ocupar esse lugar central”, disse Armando Carvalho, que terminou com uma garantia:

“Podem contar com a força da Medicina Interna para a promoção da saúde em Portugal.”

João Araújo Correia, presidente da SPMI, centrou-se também no lema do evento para sublinhar que é nos serviços de Medicina Interna que se tratam a maior parte das doenças que afetam os portugueses, enumerando a pneumonia, o AVC, a DPOC, o lúpus e a hipertensão.

Por isso, defendeu que “a Medicina Interna não pode ser esquecida e é necessária uma reformulação da urgência hospitalar, muitas vezes ligada à falta de acesso a outros cuidados de saúde”.

A terminar, o presidente da SPMI frisou que a Medicina Interna mantém a sua matriz generalista e esse é o seu grande valor.

“Continuamos a crescer e não tememos o futuro, mas queremos ser respeitados e reconhecidos.”

Em representação da Sociedade Espanhola de Medicina Interna (SEMI), José Maria Fernandez destacou a necessidade de unir esforços com Portugal para que o modelo de Medicina Interna que os dois países advogam se possa expandir por toda a Europa.

Já Jorge Crespo, membro da direção da SPMI, mas que esteve nesta cerimónia na qualidade de representante do CHUC, lembrou as restrições orçamentais sentidas pelos hospitais e elogiou o esforço dos médicos que diariamente assistem os doentes.

“É assustador aquilo que se vê e que mesmo projetos bem pensados e planeados muitas vezes não conseguem ir por diante. O Ministério da Saúde mais não é que uma Secretaria de Estado do Ministério das Finanças”, descreveu, garantindo que os internistas “são o sustentáculo vital de qualquer atividade hospitalar”.

A terminar, Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, deixou também críticas à gestão em Saúde feita pelo Executivo e elogiou a postura dos internistas.

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos

“Temos médicos de elevadíssima qualidade, formamos e exportamos médicos de grande competência e a Medicina Interna está de parabéns, pois tem dado um contributo inestimável ao país e merece ser mais respeitada do que aquilo que tem sido”, terminou.

João Sá distinguido com o Prémio Nacional de Medicina Interna

João Sá, Diretor Clínico Adjunto do Hospital da Luz e editor chefe da revista da SPMI, foi esta tarde distinguido com o Prémio Nacional de Medicina Interna, que lhe foi entregue durante a sessão de abertura do 25.º CNMI.

João Sá recebe o PNMI

O médico afirmou estar lisonjeado pelo reconhecimento mas disse não merecer tal honra.

“Entendeu a SPMI atribuir-me o PNMI… sinto-me lisonjeado, mas reconheço que é uma distinção que não mereço. Ainda assim, acresce as minhas responsabilidades profissionais e cívicas e constitui um estimulo fantástico para a realização de planos emergentes.”

(23/05/2019)