SPMI acolhe internos de Medicina Interna em Curso de Receção
A SPMI está a organizar este fim de semana na sua sede, em Lisboa, um Curso de Receção para os internos de Medicina Interna, que para além de dar a conhecer a Sociedade e a realidade da Medicina Interna, aborda ainda temas como a diabetes, a importância da ventilação, as alterações do estado de consciência e a gestão do stress ao longo do período de internato.
A sessão começou com a intervenção de Luís Campos, presidente da SPMI e diretor do Serviço de Medicina Interna do Hospital São Francisco Xavier, CHLO, que depois de dar as boas vindas aos internos deixou algumas notas sobre a importância da Medicina Interna para assegurar os cuidados a uma “população cada vez mais idosa, com doenças crónicas e grande multimorbilidade”. Por tudo isto, frisou a importância do internista ter uma formação de base generalista, aliada à possibilidade de desenvolvimento de uma área de diferenciação.
“Um fator cada vez mais importante na evolução da Medicina é o crescimento do conhecimento e a consequente hiperespecialização, que torna cada vez mais necessária uma especialidade generalista no hospital. No entanto os serviços de Medicina têm que acomodar os vários fenótipos de ser internista, esta diversidade aumenta a nossa capacidade de resposta e a riqueza da Medicina Interna”, frisou, focando-se em seguida na necessidade de mudança dos cuidados de saúde.
“Atualmente prestamos aos nossos doentes crónicos cuidados fragmentados, episódicos, baseados nas urgências e centrados na doença. Os hospitais estão divididos em silos dedicados a órgãos ou sistemas. A SPMI defende um modelo departamental, onde o internista tome conta dos doentes que entram pela urgência e coordene a intervenção de outras especialidades”, afirmou o presidente da SPMI, salientando que é também preciso mudar o paradigma de assistência aos doentes nos serviços cirúrgicos, implementando programas de cogestão que “diminuem custos, complicações e mortalidade”. Também a medicina ambulatória e o desenvolvimento de soluções alternativas ao internamento são áreas que devem ser lideradas pela Medicina Interna.
“Da mesma forma”, defendeu Luís Campos “a integração de cuidados entre o hospital, os cuidados primários, continuados, paliativos e a assistência social é a grande reforma que falta fazer e a Medicina interna é, no hospital, a especialidade melhor preparada para protagonizar esta integração”.
Em seguida, Armando Carvalho, presidente do Colégio de Medicina Interna e diretor dos Serviços de Medicina Interna CHUC apresentou o Colégio, definindo-o como um órgão consultivo constituído pelo conjunto de especialistas de Medicina Interna e que tem como uma das preocupações centrais a formação. E dentro desse tema definiu a ferramenta de trabalho mais importante de um internista: o cérebro.
Quanto à formação, o presidente do Colégio de Medicina Interna apelou a que os internos presentes apostem na sua formação generalista e que apenas depois pensem na especialização.
“A especialização deverá ser conseguida numa fase posterior. Primeiro é necessário completar a formação de base com uma formação abrangente, onde se pretende subir o nível de conhecimentos e competências práticas, onde aliás temos de apostar mais”, realçou Armando Carvalho, que definiu o especialista de Medicina Interna como “um médico de formação global, com boa base de conhecimentos teóricos e especialista numa abordagem global do doente, preparado para trabalhar em qualquer cenário, sempre com uma visão integradora e globalizante num ambiente de compromisso ético e defesa da segurança do doente”.
NEForMI e NIMI disponíveis para os internos
A terminar a apresentação da SPMI, coube ao Dr. António Martins Baptista apresentar o NEForMI (Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna), que dentro do espírito de atividade assistencial, de investigação e de formação da Medicina Interna referiu as várias atividades de formação, os cursos, as reuniões dos vários Núcleos, o Congresso Nacional com os seus cursos pré-congresso, a Escola de Verão da Medicina Interna assim como as escolas de verão e de inverno da EFIM e o programa Exchange. A fechar, José Sousa, interno de Medicina Interna de terceiro ano, explicou aos novos internos o papel do NIMI (Núcleo de Internos de Medicina Interna) e dedicou ainda alguns minutos à explicação do programa de formação do Internato de Medicina Interna.
(06/01/2018)