SPMI acolhe internos em Braga
Em mais uma edição do Curso de Receção aos Internos de Medicina Interna, a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna deus as boas vindas aos internos da zona Norte com um programa em que além de dar a conhecer a SPMI se abordaram temas como a diabetes, a importância da ventilação, as alterações do estado de consciência e a gestão do stress ao longo do período de internato.
António Oliveira e Silva foi o anfitrião da SPMI que recebeu os cerca de 50 internos de Medicina Interna que compareceram na iniciativa que teve lugar na Escola de Medicina da Universidade do Minho, em Braga. O internista e vice presidente da SPMI esclareceu que a Medicina Interna é, por definição, “a especialidade da saúde e doença do adulto” e que os seus especialistas não devem de forma alguma sentir-se menorizados.
“Não somos uma especialidade menor nem tão pouco uma subespecialidade”, explicou o médico, acrescentando que embora a especialidade seja possuidora de um conhecimento generalista, pode também ambicionar à especialização.
Aos novos internos anunciou que vão ter pela frente um desafio “duro” e prometeu o apoio da SPMI.
“A fase do internato é uma fase dura, mas nunca percam a oportunidade de ver mais um doente, pois é a melhor forma de se formarem. A competência é algo que se vai criando e desenvolvendo durante o internato, que é sem dúvida uma fase de treino intensivo.”
Pedro Cunha, da direção do Colégio de Medicina Interna, centrou também as suas palavras na importância da formação, sublinhando que não importa quantidade mas sim qualidade.
“Queremos mais internistas nos hospitais e que eles sejam o centro e o foco do SNS. Mas não queremos que sejam formados em amontoado. É necessário que os internistas tenham uma formação global adequada que lhes permita ter acesso a uma qualificação clínica e que não sejam apenas mais um médico”, frisou, adiantando que o Colégio zela pelo melhor internato possível, mas que a sua qualidade depende em grande parte da dedicação e esforço dos internos:
“Têm de definir o vosso caminho e da nossa parte cá estaremos para acompanhar e ajudar”, garantiu, vincando a ideia de que ser internista é também perceber que se é capaz de assumir os doentes difíceis.
Programa de Internato em restruturação
Na segunda parte da sessão, Ricardo Fernandes, coordenador do Núcleo de Internos de Medicina Interna (NIMI), explicou aos internos o que podem esperar dos próximos cinco anos, recordou que o programa de Internato está em fase de reformulação com as orientações da SPMI e do Colégio da especialidade, e deixou conselhos aos médicos que agora iniciam o seu trajeto na Medicina Interna.
“A Medicina de hoje é diferente de há uns anos a esta parte. Terminou a era do Olimpo. Em termos de empregabilidade enfrentamos grandes dificuldade e temos por isso de criar um conjunto de estratégias para tentar garantir que vamos fazer o que gostamos, que passa por sermos internistas. Para isso temos de sair das enfermarias de Medicina Interna e trabalhar no ambulatório, na consulta externa, nos hospitais de dia e na hospitalização domiciliária. Só alargando o nosso leque de ação poderemos vingar”, terminou.
(14/01/2018)