A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna formula 12 votos para a saúde dos portugueses em 2018
A direção da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), sociedade de médicos internistas, deseja a todos os portugueses um feliz ano novo e deixam 12 votos para que em 2018 haja mais e melhor saúde em Portugal:
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Que cada cidadão e profissional de saúde se torne consciente da degradação dos nossos ecossistemas, das suas causas e das consequências para todos nós e das que terá para os nossos filhos e adote e defenda comportamentos que contribuam para um ambiente sustentável;
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Que cada cidadão tenha direito a políticas, cidades, instituições que promovam estilos de vida saudáveis e seja incentivado e apoiado a abandonar comportamentos de risco;
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Que cada cidadão tenha acesso a cuidados de saúde com boa qualidade e em tempo adequado, não sendo penalizado pela região em que vive, pelo seu género, orientação sexual, cor da pele ou rendimento económico;
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Que cada doente seja respeitado nos seus direitos, tratado com humanidade, que seja informado sobre a sua condição, sinta que é tratado por uma equipa que comunica entre si, comprometida em minimizar os riscos que corre, com médicos que o tratam pelo nome e não pelo número da cama, que o tratam como uma pessoa e não como uma patologia, respeitam a sua individualidade, preocupam-se com ele e sabem o que o preocupa, que sabem quem é, o que faz ou o que fez na vida;
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Que cada doente internado tenha direito a um ambiente que o ajude a recuperar, como o acesso à luz natural, vista da natureza, luzes indiretas, cores e cheiros agradáveis, conforto térmico, descanso noturno, música, televisão, arte nas paredes e respeito pela sua privacidade;
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Que cada doente idoso, que sofre de várias doenças, tenha direito a um internista que o assista, independentemente do serviço em que seja internado, e que possa ter a opção de ser internado na sua casa;
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Que nenhum doente permaneça no hospital depois de ter alta, por ter sido abandonado pela sua família, por estar à espera de cuidados continuados, pela falta de resposta da Segurança Social ou da rede de cuidados paliativos;
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Que cada doente não se sinta perdido quando passe do hospital para os cuidados primários ou cuidados continuados, paliativos ou a assistência social, que estas instituições comuniquem entre si, funcionem em rede, de forma integrada, motivadas e centradas nas necessidades e preferências dos doentes, de forma que estes não tenham que usar sempre as urgências para resolver os seus problemas;
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Que cada cidadão compreenda que na Medicina ainda há muita incerteza e insucesso e que o nosso poder é mais limitado do que os media podem fazer crer;
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Que cada doente tenha médicos que reconheçam o seu sofrimento e o saibam aliviar e que não seja sujeito à obstinação terapêutica que lhe roube o seu direito a uma morte digna e em paz;
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Que os decisores da saúde tomem decisões baseadas em evidência, centradas no interesse dos doentes, avaliem as consequências das suas decisões e das reformas que promovem , monitorizem a qualidade dos cuidados e entendam que melhorar a qualidade dos cuidados de saúde é mais barato que prestar cuidados com má qualidade e que isso promove a saúde das pessoas;
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Que o enorme esforço físico e psicológico exigidos aos internistas portugueses que diariamente trabalham nas urgências dos hospitais, nas enfermarias de Medicina, nas unidades de cuidados intermédios ou especiais, nos cuidados intensivos, nas consultas externas e nos hospitais de dia dos hospitais, de forma abnegada e competente, muitas vezes em situações limite, em nome do seu compromisso com os doentes, tratando muitos para além da lotação dos seus serviços, evitando rupturas penalizadoras, que este trabalho seja reconhecido e recompensado e tenham direito a equilibrar a sua vida profissional com a sua vida pessoal.
29/12/17